Não gosta de mim,
Me vê como debochada,
Permissiva,
Doada demais.
Não sabe quem sou.
Sou peça rara
Nesse seu tabuleiro
De rainhas marcadas.
Sou intocável
E de sentimentos ricos
E distantes de tato.
Sou criança que brinca,
Sou mulher que chora.
Eu luto e brigo,
Me zango,
Sangro.
Me desfaço todos os dias anteriores
E me refaço nos próximos anos.
Gosto do olhar,
Do não tocar.
Gosto de desafio
E desgosto de que me duvidem.
Prefiro o amar.
E se tiver que sofrer
Vamos embora!
Afinal, longos dias virão
E sobre a sua cabeça
Noites cairão.
Quando se der conta,
Aconteceu.
Xeque-mate.
Você é meu.