de aromas inconfundíveis
acendo essa vela branca
tudo contemplação para mim
seus defeitos suas manchas

essa vela pinga gota a gota
de sua cera em meu lençol
e a fumaça entra pelo nariz
faz seu perfume, meu anzol

esse ar de formas infindas
que me pegam pela cintura
esse gosto de menta que dá
ao oxigênio que quero tragar

sua luz mostrando contornos
do suor que se equilibra
entre os cílios abrasados
do calor que sua vela dá

e esse cheiro de canela
que às coxas quero prender
dessa vela rubra intensa
assopro a chama para ver

chamo balanço desfaço
derreto na ponta dos dedos
essa vela de perfume raro
de fogo pra queimar segredos

essa vela incendeia meu quarto
explodindo janelas e medos
pra recriar um novo barco
e queimar minhas velas ao vento

e deixar molhar o seu rosto
como chuva represada na mina
e deixar derreter a seu gosto
minhas gotas de lamparina

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