debaixo da tarja vermelha você vê
e suspira nos cantos que te prendem
o que come com os olhos e sente
escancarado e não se arrepende

esse farol distante porto inseguro
é o prazer em estado de alerta
gosta que seja assim obscuro
o seu mal na medida certa

a dose exata da palavra
os ais que você quer dar
o silêncio que quer ouvir
o fluido que quer encontrar

a um passo do abismo, o sim
corpo oscilante quer transformar
sua razão no querer imoral
atravessar e ultrapassar o sinal

6 respostas

  1. Uau, que mistério… mas… porque vc não tenta aproximar a poesia mais da língua real, dando mais musicalidade… ? p.ex: “os ais” não dá pra cantar… é um termo muito restrito de poema, meio clichê
    “debaixo da tarja” pode ser tão explorado! (tipo aquele som “é debaixo da saia…” etc (rs) Acho que o tema desses pode render umas dez letras de música (rs). criar mote a ser repetido… tarja preta, remédio, bula, receita. Outra coisa, lendo novamente, quantos ‘atores’ existem nesse poema? é no Simbolismo que os objetos tem vida e desejos? não me lembro; parece que o sujeito fica mudando de lugar, tenho que ver melhor isso. Também não descobri quem é que está confessando às quatro paredes. São os atores? Ou o corpo oscilante? Não ficou muito claro pra mim, se puder explicar melhor…