pula pega corre, o saci!
pula pega corre e se manda daqui!
se esconde atrás do cocho
com a água do moço que roçava o capim.

pula pega corre, o saci!
pula pega corre, deixa o gorro cair.
o moço, no pique, repica
co’ a enxada quase decepa o guri!

safado, devolve meu copo
– arruaceiro e arteiro, neguim! –
com água até a boca
pra sede engolir.

pula pega corre o saci!
pula pega corre na noite a fugir.
bocado de feijão
com farinha em pilão.

com a mulher não quer nem deitar.
mascando o capim roçado, o moço
espera a caça, a goela, secar,
dá nó no boné na ripa do poço.

sentado na rede, atado ao cometa.
o vento no rosto suado do dia
viaja da terra à luz das estrelas
brilha a lua-moça, o moço pisca.

pula pega corre, o saci!
pula pega corre com o gorro, neguim!
pula pega corre, o guri!
deixa só o redemoinho ali…