hoje me olho
e vejo essa chaga enorme.
essa mácula
não há o que tire.
não há.
olho para dentro e vejo
um buraco vermelho
jorrando sangue,
jorrando mágoa.
e erros.
não há o que dissipe
essa dor
sob medida
a esse espaço vermelho.
não há causas ou
conseqüências.
há apenas o fato
irrefutável e
indiscutível.
sou imperfeita.
e não me orgulho disso.
sou imperfeita
e não há motivo.
sou imperfeita.
e morrerei com isso.