Vivo de escrever.
Só quem me entende são os loucos, os artistas.
O resto é só um complemento que, descaradamente, utilizo para alimentar os meus textos. Desgraças rotineiras acompanham minhas palavras.
Quem debocha da arte nunca poderá ser um artista. Não sente a cor, o som, o movimento. É apenas um moribundo nas ruas do talento.
Para se fazer arte é somente necessário amar. Ser amado é dispensável. O desamor pode ser um grande inspirador para obras para lá de sentidas. Amadas. Sofridas. Vividas.
Viver a obra é imprescindível.
Morrer a obra é inevitável.
Não sou casada, mas tenho filhos. Filhos espalhados por tantos livros, sujos de tinta. E livres. Mas, como uma boa genitora, só eu posso deveras julgá-los. Meus filhos não sairão de mim. Sou mãe e sou eles. Eles são fragmentos do que fui um dia. Meus filhos são os pais do que serei amanhã.
Escrever é imortalizar.
Imortalizar-se.