Ela, que passara a infância ouvindo sobre a inexistência do amor, certo dia descobriu a verdade. Ao tirar o véu, que dava a tudo a cor cinza, e beijá-lo como se entrasse pela boca e nariz, viu as cores mais vibrantes. Enquanto isso, o universo tentava, miseravelmente, passar por entre os dois corpos. Quando acabou, sofreu. Após anos, perguntaram a ela sobre o amor. A ela, que cresceu incrédula e aprendeu. Com o olhar pregado no horizonte, respondeu: “Amar é o maior ato de auto-flagelação que existe. Amar é se extirpar pelo outro. Extirpa-se ações ideias comportamentos amigos um copo de vinho e até o amor próprio. Amar é morrer um pouco por dia”. E morreu.

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