as aspas são carrapatos
que se agarram às frases.
enfraquecem os sentidos,
parasitam desejos.
vêm em duas metades
de meios sorrisos.
meninas magras que maldizem
sinceras rechonchudas palavras.
aspas, retratos da má vontade
de quem não quer se fazer entender.
abrem-se em bandos e, de teimosas,
gotejam no passeio de inverno.
desgraça alheia que, de convincentes,
tomei para mim.
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