eu me misturo a todos eles
em seus sóis, suores e sonhos,
com a cabeça repousada
por sobre os ombros.

eu me misturo a todos eles
em seus horrores, horas e honras,
de batalhas perdidas
e grilhões mantidos à sombra.

eu me misturo a todos eles
como uma colegial uniformizada,
em sincronia com a fila
na coreografia da passeata.

eu me misturo a todos eles
em cores pardas de papel de pão,
como gado que sai do curral
com pressa, sem saber aonde vão.

eu me misturo a todos eles
porque somos os mesmos então.
não temos brasão nem sobrenome
quando nosso nome é multidão.

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