e se eu começasse a frase pela vírgula
vírgula gula loucura
você diria “louca, mania de ser a sua”.
suando na nuca à mostra
e a vírgula pendurada e posta
sobre meus ombros como se fosse orelha
de burro caída, orelha do livro da vida
que ninguém mais leu.
leia minhas letras fogosas
escritas em meu corpo, vai, goza
de meu desejo e minha ira exposta
como fratura da mente insana.
vem cá, meu bem,
você já passou da vírgula.
vem cá, a vírgula é mais embaixo
a vírgula, meu bem, é meu espaço
(de escrever).