se sua boca só dá conta
da cerveja que transborda,
não venha beber
do meu amor.
codinome miss blue
miss blue se diverte
às vezes, sou divertida.
mas, na maior parte do tempo,
não esboço um sorriso.
a felicidade brinca por dentro.
miss blue platoniza
o amor que não ficou
foi o amor que jamais tive.
e foi tão boa sua inexistência…
ausência inesquecível.
miss blue dramatiza
cada lágrima me escapa…
é excesso de amplidão.
a vida toda fui de mim
a minha melhor versão.
miss blue convida
quando você se cansar
de ser qualquer coisa,
vem cá e seja
comigo.
miss blue pontua
tem gente que só acredita
naquilo que lê.
tem gente que só lê
aquilo em que acredita.
tem gente que não vê um palmo
antes da esquina.
tem gente que vira a esquina
pra poder ver.
miss blue remói
errar não é previsto por lei.
mas quem está livre do fiasco?
e se o amor está em tudo…
não sou mundo, mas sou pedaço.
sol de julho
no vai e vem das horas
vejo o transitar das três senhoras
penduradas no pescoço dela
como relíquias de antiquário
pecando no confessionário
querendo um pouco do sol
de lá de fora
que só entra pelas frestas
entre portas e janelas
por querer um pouco dela
miss blue aproveita
lábios em chamas
olhos em vinho
palavras momentos
e um amor tinto
miss blue varia
versátil como todas elas:
choro conquisto amo jogo fora.
versátil, como todas elas.