Vitrine viva

Não sei o que você quer Com essa expressão Que nada expressa? Você é de mármore? Não, você canta Você toca e toca. Então você não sente Sequer cócegas? Não, você até ri E sorri de vez em quando. Então você é de pedra? Ou uma vitrine-viva Que finge até sua posição Diante da vida […]

Carnaval

Viver Se perder na avenida Da desilusão Ainda assim Viver. Sorrir pra quem Te dá a mão. Se manda Mandar em si Bemol ou não. E viver de sorrir Sorrir pra não Sofrer Sofrer pra quê? Chorar… Chorar de sofrer, De sorrir… Chorar de viver, De tanto viver, E não viver de chorar.

Livre na dança

Sem base, sem crase Sou eu. Livre na dança. Sem ponto, sem porto. Deixo a lucidez Para quem faz questão. Para o resto O resto é só compaixão É só com paixão que se dança Se dança na linha Da sua mão.

Imortalizar

Vivo de escrever. Só quem me entende são os loucos, os artistas. O resto é só um complemento que, descaradamente, utilizo para alimentar os meus textos. Desgraças rotineiras acompanham minhas palavras. Quem debocha da arte nunca poderá ser um artista. Não sente a cor, o som, o movimento. É apenas um moribundo nas ruas do […]

Operário da Lua

A luz do operário Apática aos movimentos do vento Brilha dias numa cor Pra lembrar seu sofrimento. Minha boca se abre sonolenta. O grito do apito da fábrica, esperneando aos meus ouvidos preguiçosos… Nada a fazer, espero. Escrevo. Espero. Uma luz débil ilumina o pátio. Todos cinzas nas cinzas das chaminés. Café magro de queimar […]

Veja-se, vejo-me

Todo o mundo se julga louco. Louco? Todos somos normais em nossas loucuras pequenas. Queremos, na verdade, um aval do resto da sociedade para nossos vãos devaneios.