Em vídeo que gerou polêmica, dupla que trabalhou no parque da Disney imita brasileiros: tiram selfies e falam mal o inglês (glo.bo/1DEKUlO).

A primeira sensação é de nos sentirmos envergonhados, ridicularizados ao máximo, porque não temos moral lá fora, agravada por nossa representatividade política. Conhecem do Brasil a bunda, o peito e a falta de educação – e de Educação.

Mas, pense por um instante. Se você já conheceu um norte-americano em terras brasileiras e não teve o azar de estar cercado por brasileiros idiotas (considerando que nem todo brasileiro o é), qual foi a SUA impressão? Falo a minha:

Eles tentam “maleporcamente” falar o nosso Português e nós, normalmente, os incentivamos porque, além de nos sentirmos prestigiados, acreditamos que estamos fazendo algo de bom por aquela pessoa, integrando-a ao nosso grupo; mas, sobretudo, buscamos falar o idioma deles para que não se sintam excluídos porque, vá lá, o Inglês é ainda mais fácil, apesar de nossas dificuldades.

Um turista na praia é detectável, pois está sempre abraçado a uma bunda nacional com um copo de caipirinha em mãos, suando feito um porco e rindo feito uma hiena cor-de-rosa. Ah, claro, com seu iPhone empunhado e sua camisa florida que nunca – NUNCA – vai combinar com o shorts. É o cara que vai dizer “esse música é muito bom!” e, facilmente, será reconhecido nas rodas de samba por sua “desenvoltura” – não que isso seja deveras importante, porque para nós interessa mais que ele se divirta e conheça o que é samba de verdade com a Velha Guarda da Portela.

Por fim, o norte-americano é aquele cara que nós, pessoas “normais” (brasileiros que não participam do crime e do tráfico de drogas por assim dizer… parece que somos poucos, mas não) acolhemos com um entusiasmo extra, falando e rindo alto, encorajando e motivando – porque essa é nossa especialidade, veja que força temos para levantar da cama todos os dias, apesar das notícias – e, mesmo achando que muita coisa não “orna”, fazemos nossa parte para que sintam vontade de voltar.

Talvez seja a hora de eles saberem um pouco mais sobre nós.

Um adendo: alemães são mais simpáticos do que norte-americanos na minha opinião. Talvez pela dor que já passaram e, assim, por entenderem um pouco melhor nosso conceito de acolhimento (por mais que se pense o contrário). Não que o norte-americano não tenha sofrido, mas eles sabem que aqui é o seu quintal de brincar.