pobres famintos
que subestimam migalhas
e nem sabem do banquete,
que nunca viram restos,
da fartura, nem cheiro sentem.

pobres famintos
só veem sombras e sobras
onde a fogueira acende;
cuja maior dor não é fome,
mas a cegueira latente.

pobres famintos
em trapos rotos de seda
repousam corpos e traumas
e esperam o pão e a esmola.
pobres famintos morrem de alma.

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